Uso de drogas corresponde 22,4% dos casos de pessoas que tiraram a própria vida
Em termos gerais as causas que levam uma pessoa a tentativa de suicídio ou mesmo ao suicídio são variadas e subjetivas. Há um entendimento por parte dos especialistas que acompanham situações do gênero de que as pessoas não querem parar de viver, o que querem mesmo é se livrar da “dor” – algo que lhes geram incômodo – que lhes causam aflição a cada dia e que as impedem de terem uma vida tranquila.
A psicóloga especialista em dependência química Siane Araújo, profissional que compõe o Núcleo Erika Lins, acredita neste conceito como algo extremamente pertinente.
Dentro deste contexto surgem as substâncias químicas que podem a princípio servir para algumas pessoas como “válvulas de escape” para situações diversas, entretanto, o efeito também pode ser o oposto do que se espera. A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) aponta que 22,4% de ocorrências envolvendo suicídios estão diretamente relacionadas ao uso de drogas. “Isso demonstra um cenário muito delicado, pois se essa informação fosse mais divulgada poderia contribuir para salvar muitas vidas”. Afirma a psicóloga especialista em dependência química Siane Araújo.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define a dependência química como um transtorno mental crônico e progressivo, caracterizado por um grupo de sinais e sintomas decorrentes do uso de drogas. De acordo com a pesquisa realizada pela Universidade Federal de São Paulo, o consumo de álcool e outras drogas aumentam o risco do comportamento suicida uma vez que os usuários se tornam mais vulneráveis, aliados a fatores já existentes como dificuldades emocionais, estresse, fragilidade familiar, desemprego, preconceitos, entre tantos outros conflitos que causam dor e sofrimento.
Segundo dados consolidados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas-Brasil) juntamente com a OMS cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos, a cada morte há um dado alarmante nas tentativas. Nos jovens com idade entre 15 a 29 anos o suicídio aparece como a segunda principal causa de óbito.
Soluções – A prevenção ainda é o caminho mais viável para tratar questões relacionadas ao suicídio. O tema é considerado uma consequência de fatores anteriores que contribuíram para que o indivíduo tire a própria vida. Sendo assim quanto mais cedo houver o acompanhamento de um especialista maior serão as chances de se evitar o pior.
Além disso, as pessoas ao entorno dos indivíduos que estiverem com comportamentos considerados “atípicos” é válido uma observação mais criteriosa, pois é oficial a informação de que a depressão é um grande motivador para o suicídio. Se for identificado algo do gênero recomenda-se a tentativa de um diálogo amistoso e se possível o encaminhamento para os devidos cuidados de um profissional capacitado, preferencialmente, da área de saúde mental.