Neste post, falaremos sobre o filme “O Menino que Descobriu o Vento”  sob a ótica das leis sistêmicas da constelação familiar, de Bert Hellinger. Para tanto, levaremos em consideração as três ordens do amor: pertencimento, equilíbrio entre dar e receber e a hierarquia de tempo: os mais antigos vêm primeiro e na sequência os mais novos.

O filme retrata a história real de William Kamkwamba, um garoto muito inteligente, autodidata, que descobriu um método de criar energia eólica no meio das terras secas do Malawi, de modo a garantir a irrigação das colheitas e a sobrevivência de uma população.

A história é mostrada de forma leve, mesmo tratando de assuntos sociais sérios como a educação precária, a fome e a busca pelos direitos fundamentais de um povo. A visão sistêmica desse filme é retratada a todo momento. Vamos nos ater apenas a alguns trechos para não darmos spoiler. Rsrs…

Wilian promove a mudança sistêmica da sua família que reverbera na sua comunidade a partir das três leis do amor. Segundo a lei do pertencimento, o desequilíbrio sistêmico se dá quando um ente se sente excluído/rejeitado. Essa lei fica clara, no filme, quando o pai de Wilian se sente excluído pelo seu próprio pai, que não deixa as terras para ele.

Já Wilian, apesar de ter poucas oportunidades na vida, não abandona o seu sistema familiar, ao contrário da sua irmã, mesmo nos momentos mais difíceis de embate com o pai, honrando-o em várias situações. Ele persiste em sua ideia de modificar a realidade da família, respeitando a hierarquia, outra lei da ordem,  e tendo o amor como grande regente de suas ações.

O equilíbrio entre o dar e o receber ocorre quando o pai de Wilian abre mão do seu único bem material para confiar na ousada ideia de seu filho, quebrando a repetição entre uma geração e outra, promovendo o equilíbrio do sistema e a liberdade para que o filho possa fazer o bem para outras tantas pessoas, para além da realidade em que vivem.

Como a pessoa volta a pertencer? É importante esse entendimento para que possamos replicar isso nas nossas vidas. No filme, Wilian promove o resgate do pertencimento dos seus entes, a partir do trabalho na terra realizado em conjunto por todos, família e comunidade. A partir daí uma nova história é escrita de abundância e união.

É importante ressaltar a representação que o filme traz dos antepassados que participam de forma simbólica e lúdica na vida diária da comunidade, demonstrando aprovação ou desaprovação das condutas de seus membros e a influência na linha tênue entre o presente, o passado e o futuro.

Este filme mostra a capacidade que temos de modificar os padrões de comportamento que se repetem através dos campos mórficos em nossas famílias, mesmo diante de realidades bastante adversas.    

Vamos lá?!