Ansiedade é um tema complexo. Para uns, um mal do século. Para outros, uma questão histórica que nasce na Grécia Antiga. Para todos, um foco da indústria farmacêutica.  Mas afinal, quem nunca se sentiu ansioso em algum momento da vida?!

A aceleração e o dinamismo do dia a dia traz consigo uma série de barulhos peculiares que vão desde os sons do trânsito, passando pelas notícias que escutamos para nos manter atualizados até chegar ao trabalho, assim como a agonia rotineira das mensagens, notificações e sons do nosso próprio celular que muitas vezes regulam nossas ações.

Ou seja, somos bombardeados por inúmeros estímulos a cada momento. Diante desse quadro tão comum a tantas pessoas, a ansiedade acaba gerando uma montanha russa de pensamentos e emoções em cada um de nós.

O que é ansiedade?

Vamos começar pelo começo. Ansiedade é uma PRÉocupação da mente que nos leva a fazer conjecturas sobre o futuro, algo que não podemos controlar. E como não podemos controlar o futuro, a dúvida se instala.

A dúvida não é boa companheira em inúmeras situações… A partir daí passamos a lidar com uma série de possibilidades de que algo negativo vai acontecer, gerando no corpo uma ou mais sensações desagradáveis como irritabilidade, tontura, nervosismo, insônia, estado de alerta constante e sensação de perigo, entre outras.

Quando passamos a sentir no corpo uma consequência da ansiedade significa que ela nos dominou, ao menos parcialmente.

É na família que temos nosso primeiro modelo de clima emocional

Quando uma criança está se desenvolvendo, é na família que ela tem os primeiros contatos com desafios, erros e frustrações que geram tristeza ou raiva. Mas se ela é ensinada a lidar com essas emoções, naturalmente pode acessar a calma e tranquilidade mais rapidamente. E o melhor, ela aprende a ser mais flexível e forte.

A grande questão é que vivemos em uma cultura onde a educação emocional não é uma prioridade. Logo, ainda temos muitas dificuldades de lidar com o que sentimos, nos perdendo nas emoções e nas sensações que elas trazem.

Se os pais não sabem lidar com as próprias emoções, é comum que eles repitam essa prática com seus filhos. Por isso, é uma consequência que esses mesmos pais “compensem” seus filhos com presentes ou passeios, tentando diminuir ao máximo o impacto de algumas vivências que trouxeram dor ou raiva, ou até mesmo impedi-los de viver algumas situações.

Isso é extremamente prejudicial ao desenvolvimento da criança porque as emoções precisam ser acolhidas e entendidas, não evitadas.

O filme Divertidamente é uma ótima indicação para entender o funcionamento das emoções, a importância de cada uma delas na vida e como podemos reverter certas atitudes que vão limitar essas experiências.    

A ansiedade tem cura?

Não, a ansiedade não tem cura. Para muitas pessoas é um problema grave que pode paralisar a vida e, por isso, precisa ser discutido e esclarecido. Mas é possível tratar a ansiedade com terapia e, nos casos mais graves, com medicamento.

Como lidar com a ansiedade?  

Inicialmente aceitando-a como qualquer coisa desagradável que a vida tem. Estamos sempre à procura de extinguir ou evitar o que é ruim, quando na verdade precisamos aprender a lidar com isso.

Mas é possível progredir lidando bem com a ansiedade. Como? Ao construir uma nova percepção da vida a partir dos questionamentos estimulantes que a ansiedade provoca. Então, a primeira coisa a fazer é acolher a ansiedade, percebê-la quando está se instalando para, assim, agir, porque não precisamos nos deixar dominar por ela. Ao perceber que o coração está acelerando, que as palavras estão sendo ditas de maneira rápida ou que alguma parte do corpo está mais tensa, podemos nos concentrar na respiração para que ela fique mais lenta e calma.  

Há uma explicação biológica para as pessoas que, desde a infância, apresentam um comportamento ansioso, mesmo que não tenha um gatilho para isso. Elas têm a amígdala mais ativa do que o normal. E é a amígdala que processa o medo.

Por isso, é preciso aprender a andar na montanha russa que a ansiedade traz. É deixar que ela passe, ao invés de controlá-la. Assim, será possível entender como a ansiedade funciona e ela deixará de controlar os pensamentos e as ações.  

Como afirma Buda, “o que somos é consequência do que pensamos”. É preciso estar atento aos nossos pensamentos porque, na maioria das vezes, estamos presos ao passado ou ao futuro e o único tempo possível para se viver e modificar as coisas é o presente. A meditação é uma prática muito recomendada para diminuir a ansiedade. Ele é fundamental para desenvolver a captação de energia e demonstrar mais clareza de pensamentos.

Perdemos muita energia pensando demais, buscando respostas para tudo, tentando controlar o incontrolável e buscando resultados rápidos.

É necessário, portanto, repensar práticas cotidianas para entender o que de verdade vale a pena na vida e, enfim, ter mais qualidade de vida. Caso perceba que não é possível fazer isso sozinho, procure o auxílio de um profissional especializado.

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